06/04/2010

Fundamentalismo islâmico / A revolução de 1979

  A primeira grande manifestação de força do fundamentalismo islâmico nessa nova fase ocorreu em 1979, com a revolução que derrubou o xá Reza Pahlevi, no Irã. Trata-se de uma país muito especial: os iranianos tem origem persa e não árabe, falam seu próprio idioma, o farsi, e 90% da população são xiitas, ala que representa apenas 10% dos quase um milhão de mulçumanos do planeta.


  Os xiitas combatiam as duas características centrais do governo de Reza Pahlevi: a modernização econômica através da proximidade com ocidente e a repressão a qualquer sinal oposicionistas, principalmente se viesse da casbah. Ao contrario dos sunitas, os xiitas admitem a mediação de sacerdotes entre Alá-Deus-e os homens. Esses pregadores, imã, mulás e aiatolás operam clandestinamente na área por centenas de anos e constituíam uma oposição duríssima á ocidentalização promovida pelo xá.

  A revolução de 1979 unificou os fundamentalistas às correntes que lutavam pela democracia e o fim das torturas promovidas pela policia secreta do xá (a Savak). Mas, assim que tomaram o poder, os integristas-liderados pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, recém chegado do exílio na França iniciaram a aplicação da sharia, a tradicional lei islâmica. O consumo de álcool foi rigorosamente proibido, mas mulheres tiveram que utilizar de novo o chador (véu que cobre o rosto) e muitas vezes se viram obrigada a deixar seus emprego, rumo a vida de “boa esposa mulçumanas", em casa.

  O código moral islâmico (que inclui a pena de morte, o açoite para crimes graves e o corte da mão para ladrões) tornou-se a lei do país. Até o controle populacional, visto como “anti-religioso” foi eliminado. A população iraniana quase duplicou, passando de 37 milhões de pessoas em 1979 para 60 milhões, catorze anos depois.

  Aplicando o conceito de unidade islâmica sob o comando dos lideres religioso, os governantes iranianos destroçaram violentamente as forças de oposição de esquerda ou direita, mesmo aquelas que haviam participado da revolução contra o xá. Nos meses que se seguiram tomadas do poder, os Guardas da Revolução fuzilaram dezenas de milhares de dissidentes.

  Khomeini também retomou o projeto de “expansão da fé”, desenvolvido treze séculos antes de Maomé. O rico Estado petrolífero iraniano iniciou então o financiamento de milícias fundamentalistas nos países vizinhos, como o objetivo de desestabilizar governos pró-ocidentais ou leigos. No Iraque, na Síria, na Turquia, entre os palestinos e no Líbano, surgiram facções leais ao Jihad, a guerra Santa islâmica.

  Isso apavorou governos de países onde há importantes minorias xiitas, como o Iraque e a Síria, assustando também Israel e a Casa Branca, devido à perspectiva de um rastilho islâmico que empolgasse o mundo árabe.A solução, para esses países, era frear Khomeini, a qualquer custo.

Carlos Henrique
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