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05/05/2010

Irã descarta troca de combustível nuclear no Brasil

Teerã, 5 mai (EFE).- O Irã descartou nesta quarta-feira a possibilidade de que uma eventual troca de combustível nuclear possa ser realizada no Brasil, mas ressaltou que a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva inclui detalhes interessantes que serão revelados em breve.

  Em declarações à imprensa, o diretor do Escritório da Presidência iraniana, Esfandiar Rahim Mashai, confirmou, além disso, que seu país aceitou a mediação tanto do Brasil como da Turquia.

  "A Turquia e o Brasil tinham se oferecido para debater a questão da troca de combustível nuclear e a República Islâmica aceitou esta mediação", disse Rahim Mashai.

  No entanto, Mashai negou que a oferta do Brasil inclua a possibilidade de que a troca possa ser feita em território brasileiro.

  "Não é assim; a proposta tem detalhes que serão anunciados um pouco mais adiante", disse Mashai, citado pela agência de notícias local "Isna".

  Horas antes a imprensa iraniana já tinha anunciado que o presidente da República Islâmica, Mahmoud Ahmadinejad, tinha comunicado por telefone a seu colega venezuelano, Hugo Chávez, que o Irã estava disposto a aceitar "em princípio" a oferta brasileira.

  A fonte não esclareceu, no entanto, os detalhes da suposta proposta do Brasil, embora fontes brasileiras apontem que uma forma de reduzir a desconfiança mútua seria realizar a troca nuclear em um terceiro país, como a Turquia.


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EPA
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29/04/2010

Lula descarta urânio do Irã no Brasil

  Ao contrário da declaração feita na terça-feira pelo chanceler Celso Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o governo brasileiro não trabalha com a possibilidade de ser o depositário do urânio do Irã. A afirmação foi feita em Brasília, um dia após o chanceler se reunir em Teerã com presidente Mahmoud Ahmadinejad. Durante visita à capital iraniana, Amorim disse que o governo brasileiro estaria disposto a examinar eventual proposta para a troca de combustível nuclear iraniano em seu território.


  - O Brasil não trabalha com a hipótese de ser depositário do urânio do Irã. Trabalhamos com outras hipóteses e, nelas, há outros lugares muito mais próximos do Irã do que o Brasil. Acredito na relação humana, acredito na relação política e acredito que somente a paz pode trazer possibilidade de o mundo se desenvolver - disse Lula.

  Apesar de Amorim ter admitido a disposição do governo de examinar uma eventual proposta, ele afirmou que a ideia não fora discutida com autoridades daquele país. Lula manteve o discurso de não sanção ao Irã e disse que o Brasil pode negociar uma solução pacífica.


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O GLOBO
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26/04/2010

Marina critica aproximação entre Brasil e Irã

  A pré-candidata do Partido Verde à Presidência, senadora Marina Silva, criticou ontem a política do governo Lula de aproximação com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. "O Brasil é a única democracia ocidental que tem dado audiência para o Ahmadinejad. A própria China não tem dado, nem a Rússia", disse Marina, que está em Washington para participar de um evento de comemoração dos 40 anos do Dia da Terra.

  Um dos poucos países do mundo que se opõem à adoção de sanções na Organização das Nações Unidas (ONU) contra o programa nuclear iraniano, o Brasil tem uma atitude preocupante, na avaliação de Marina. "O Irã tem desrespeitado direitos humanos, ali tem presos políticos, pessoas são executadas."

  Marina foi igualmente crítica com a atitude do governo Lula em relação ao desrespeito aos direitos humanos em Cuba. "Se de fato somos amigos, temos de fazer ver que a revolução se completa com a democracia", afirmou. "Se os direitos humanos são importantes para os brasileiros, também são importantes para os cubanos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

reportagem do
ESTADÃO
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18/04/2010

O Brasil e a nuclearização do Irã

  A Constituição brasileira, no seu artigo 4.º, ao tratar dos princípios que regem as relações internacionais do Brasil, consagra a concomitância do realismo e do idealismo. Com efeito, o inciso I afirma o realismo do valor da independência nacional e os incisos VI e VII, os valores da defesa da paz e da solução pacífica dos conflitos, cabendo acrescentar que o art. 20 (XXIII) determina que toda atividade nuclear brasileira terá, exclusivamente, fins pacíficos, excluindo, assim, as armas nucleares do escopo da conduta estratégico-diplomática do Brasil.

  O Brasil redemocratizado da Nova República seguiu com sucesso a vis directiva da Constituição de 1988. Terminou com o desnecessário potencial desagregador de uma corrida armamentista nuclear com a Argentina e institucionalizou a confiança mútua de controles recíprocos (Abacc). Celebrou, com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), os mecanismos de verificação comprovadores dos fins pacíficos dos projetos brasileiros na área nuclear. Contribuiu para pôr em vigor o Tratado de Tlatelolco, que proscreve as armas nucleares na América Latina. Aderiu ao Tratado de Não-Proliferação (TNP). Nenhuma dessas ações, em defesa da paz, pôs em risco a independência nacional. Esta o Brasil vem aprofundando com o investimento no soft power da credibilidade, proveniente da estabilidade econômica, da responsabilidade fiscal, das redes de proteção social, do empenho democrático, da afirmação dos direitos humanos, dos mecanismos de cooperação com os nossos muitos vizinhos e de uma consistente ação multilateral econômica na política. Isso tudo vem conferindo adensada proeminência ao nosso país no cenário internacional. Nesse contexto pergunta-se: O empenho diplomático brasileiro de abrir espaço para o Irã, cujo processo de nuclearização suscita generalizadas inquietações, faz sentido?

  No momento atual o Irã está levando a uma difusa e significativa tensão internacional. Há uma percepção generalizada - e a percepção da realidade é um componente da realidade - de que o seu programa nuclear tem ameaçadores componentes militares e que pode, assim, induzir à nuclearização militar de outros países da vizinhança; desestabilizar o precário equilíbrio geopolítico do Oriente Médio; encorajar o terrorismo internacional; subverter os regimes políticos de países vizinhos; desencadear uma nova e complexa dinâmica entre xiitas e sunitas; e tornar mais difícil a paz entre palestinos e israelenses.
  Daí a óbvia pergunta: seja do ponto de vista realista, seja do ponto de vista idealista, qual é a vantagem do Brasil em alinhar-se ao Irã e legitimar as ambiguidades da sua conduta? No meu entender, nenhuma, pois essa postura está descapitalizando a credibilidade brasileira na precária busca de um ilusório prestígio, fruto de um inconsequente protagonismo internacional.


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ESTADÃO
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26/03/2010

Lula ignora abusos no Irã, afirma ativista que teve noiva assassinada

A FolhaOnline publicou uma reportagem afirmando que o escritor e documentarista iraniano, Caspian Makan, que teve a sua noiva supostamente assassinada pela milícia pró-governo, Basij, manifestou a sua opinião em uma entrevista em israel quando foi questionado a respeito da viagem do presidente Lula ao Irã, marcada pra maio:

"Isso mostra que os líderes do Brasil não sabem o que está se passando no Irã, com abusos diários dos direitos humanos"

"Como é possível ignorar 30 anos de crimes contra o povo iraniano? Como é possível negociar e ter relações com um regime ditatorial como esse?"

Durante 65 dias ele foi interrogado na prisão de Evin, conhecida por confinar presos políticos, até ganhar liberdade provisória. Temendo ser novamente preso, fugiu do país, e no começo do ano recebeu asilo político no Canadá.


ATENÇÃO! AS CENAS DESTE VÍDEO SÃO FORTES!