30/04/2010

O Irã nunca aceitará troca de combustível nuclear, diz conselheiro de Ali Khamenei

TEERÃ - Um conselheiro do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta sexta-feira que o país nunca aceitará trocar seu urânio pouco enriquecido por combustível nuclear elaborado no exterior, deixando claro que Teerã mantém sua recusa a um acordo nestes moldes proposto por potências mundiais. Segundo Ali Akbar Vealyati, conselheiro para assuntos internacionais do líder supremo, a proposta demonstra que o Ocidente tem "intenções satânicas".

- Devemos ser muito ingênuos para confiar no Ocidente. Por que eles insistem em trocar combustível nuclear no exterior? Isso demonstra que têm intenções satânicas - disse à agência de notícias estatal Irna o conselheiro de Khamenei. - O Irã jamais confiará no Ocidente para enviar seu urânio pouco enriquecido ao exterior.

Alguns países, como a Turquia, já se ofereceram para mediar a troca com o Ocidente para diminuir a crescente pressão sobre o Irã em torno de suas polêmicas atividades nucleares. Indagado se a troca poderia ocorrer na Turquia - membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que faz fronteira com o Irã e é também membro temporário do Conselho de Segurança da ONU - Velayati respondeu:

- O Ocidente pode quebrar suas promessas facilmente (...) e a Turquia não poderá forçá-los a cumprir suas promessas (de entregar combustível nuclear ao Irã).


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O GLOBO
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29/04/2010

Lula descarta urânio do Irã no Brasil

  Ao contrário da declaração feita na terça-feira pelo chanceler Celso Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o governo brasileiro não trabalha com a possibilidade de ser o depositário do urânio do Irã. A afirmação foi feita em Brasília, um dia após o chanceler se reunir em Teerã com presidente Mahmoud Ahmadinejad. Durante visita à capital iraniana, Amorim disse que o governo brasileiro estaria disposto a examinar eventual proposta para a troca de combustível nuclear iraniano em seu território.


  - O Brasil não trabalha com a hipótese de ser depositário do urânio do Irã. Trabalhamos com outras hipóteses e, nelas, há outros lugares muito mais próximos do Irã do que o Brasil. Acredito na relação humana, acredito na relação política e acredito que somente a paz pode trazer possibilidade de o mundo se desenvolver - disse Lula.

  Apesar de Amorim ter admitido a disposição do governo de examinar uma eventual proposta, ele afirmou que a ideia não fora discutida com autoridades daquele país. Lula manteve o discurso de não sanção ao Irã e disse que o Brasil pode negociar uma solução pacífica.


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O GLOBO
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26/04/2010

Marina critica aproximação entre Brasil e Irã

  A pré-candidata do Partido Verde à Presidência, senadora Marina Silva, criticou ontem a política do governo Lula de aproximação com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. "O Brasil é a única democracia ocidental que tem dado audiência para o Ahmadinejad. A própria China não tem dado, nem a Rússia", disse Marina, que está em Washington para participar de um evento de comemoração dos 40 anos do Dia da Terra.

  Um dos poucos países do mundo que se opõem à adoção de sanções na Organização das Nações Unidas (ONU) contra o programa nuclear iraniano, o Brasil tem uma atitude preocupante, na avaliação de Marina. "O Irã tem desrespeitado direitos humanos, ali tem presos políticos, pessoas são executadas."

  Marina foi igualmente crítica com a atitude do governo Lula em relação ao desrespeito aos direitos humanos em Cuba. "Se de fato somos amigos, temos de fazer ver que a revolução se completa com a democracia", afirmou. "Se os direitos humanos são importantes para os brasileiros, também são importantes para os cubanos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

reportagem do
ESTADÃO
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